Revista Avianca #66 Lixo Jogado No Oceano Vira Roupa

Lixo Jogado No Oceano Vira Roupa


Por Renata Maranhão para Avianca Em Revista #66


Mais do que não poluir o ambiente, grandes empresas buscam limpar o que está sujo. De acordo com um time internacional de ecologistas e economistas, o oceano estará sem vida por volta do ano 2048, devido à poluição e a sobrepesca. A instituição nova-iorquina Parley For The Oceans, em parceria com grandes marcas, designers e ambientalistas, ajuda empresas a criar estratégias para recolher dejetos de plástico do oceano e transformá-los em material para a indústria da moda. O objetivo da iniciativa é reduzir a dependência do petróleo (matéria-prima de muitos tecidos sintéticos) e diminuir as emissões tóxicas no ecossistema. 

O cantor Pharrell Williams foi um dos primeiros a apoiar a iniciativa de transformar plástico jogado no oceano em uma nova geração de tecidos, lançando várias coleções de roupas esportivas. Já o 11 vezes campeão mundial de surte, Kelly Slater, fez uma parceria com a italiana Aquafil para usar redes abandonadas na criação de um novo fio, chamado Econyl. 

São cerca de 640 mil toneladas de redes fantasmas no oceano, armadilhas para muitos animais selvagens. "A rede fica no mar como uma parede e mata praticamente todos os peixes que tentam passar", diz Cyrffl Gutsch, fundador da Parley For The Oceans. "Cada pedaço de plástico que recolhemos pode salvar um pássaro, uma tartaruga, até mesmo uma baleia, que podem morrer ao engolir o material', explica Eric Uetke, membro do conselho executivo de marcas globais da Adidas. 

Esta última está entre as oito empresas mais sustentáveis do mundo. Sua bandeira mais famosa foi a adesão da estilista Stella McCartney na confecção de uma linha 'animal-free', mas a marca ampliou seus horizontes e se comprometeu a fabricar ténis e roupas com o plástico retirado do mar. O protótipo do tênis da linha Primeknit foi tricotado com material 100% feito a partir de redes de pesca ilegais 

Com mais material retirado do mar, vestiram atletas de diversas modalidades esportivas Só com o poliéster reciclado, (oram fabricadas sete milhões de camisetas. No verão de 2015, mais de 30% da coleção de natação (oram feitos com nylon reciclado E a perspectiva é de que este número cresça 

No entanto, um dos maiores desafios que a moda verde ainda enfrenta é o alto custo da proteção Em um mundo onde recursos naturais caminham para o esgotamento, o consumidor precisa reconsiderar essa equação de custo/benefício, mesmo que doa no bolso Tudo isso leva tempo, mas quem sabe será realidade antes de 2048.


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