Revista Avianca #61 O High Society Está Cada Vez Mais Low Profile

O High Society Está Cada Vez Mais Low Profile

Por Renata Maranhão para Avianca Em Revista #61


Festas são oportunidades de celebração e status. A utilidade de uma boa festa é uma das ideias mais antigas da civilização humana. Um recurso da elite quando a sociedade adquire status  e administra as obrigações sociais. Em termos de costumes e comportamento da humanidade, servem como base de estudo da antropologia e mudam conforme o tempo, país ou situações econômicas, definindo a dinâmica social de cada década. Haja vista os primeiros objetos de cerâmica de sítios arqueológicos do mundo inteiro, com decoração requintada (para a época), pois eram destinados à exibição em banquetes – os de uso cotidiano só apareceram depois. Das tribos antigas à realeza, das flores artificiais aos jatinhos particulares, do clube ao resort, o estereótipo de elegância muda constantemente de conceito, ritmo, praia e origem. As elites sempre procuram formas de se distinguir de outras classes, servindo de inspiração para os mais diversos “wanna be”s. A medida que emergentes ostentam seu novo status social, as pessoas das classes mais altas buscam fazer festas melhores, mais fartas, mais brilhantes e mais dispendiosas. No entanto, hoje em dia, pelo menos no Brasil, há de se notar um movimento inverso. Quanto mais a classe emergente ostenta, mais e mais abastados buscam discrição e esnobam qualquer tipo de ostentação.

Quem gosta de receber, procura cada vez mais uma atmosfera intimista, poucos amigos bem escolhidos e, muitas vezes, agregam algum valor de distinção. Os detalhes ganham mais atenção e, por isso, o planejamento é prático e elegante. Este tipo de celebração é geralmente motivada por algo especial e a preparação, parecida com a de uma grande festa. A diferença está nas proporções: menos pessoas, mais contato com os convidados.

Dar sonoridade ao evento é – e sempre foi - parte importante do processo e esta camada da sociedade tem dado preferência a performers de confiança, com a certeza de que o cantor vai manter a discrição que é esperada. Afinal, todos ali contam com isso. Um exemplo é a cantora paulistana Paulah Gauss, que divulga fotos de seus shows nas redes sociais somente quando sabe que os anfitriões terão seus eventos publicados em revistas -  mesmo sabendo que postar uma foto na rede social cantando para alguém de peso iria alavancar sua agenda,. “De um tempo pra cá, as pessoas tendem cada vez mais ao petit-comité. E dependendo do convidado - ou do anfitrião-, o cuidado com as fotos é cada vez maior.”, comenta Paulah, que circula por este meio com elegância, resultando em amigos que viram clientes e clientes que viram amigos. 

Seja por segurança ou simplesmente para ser “do contra” em uma época em que as pessoas se expõem cada vez mais nas redes sociais, o high society está cada vez mais low profile.


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