Revista Avianca #40 Wanna be Esportista

Wanna be Esportista


Por Renata Maranhão para Avianca Em Revista #40


Todo ano é sempre igual. O verão está em contagem regressiva para sua chegada e o inverno deixou suas calorias, ou melhor, suas gordurinhas concentradas onde não deviam.  O que fazer? Voar para a academia e “correr atrás do prejuízo"? 

O Dr. Gabriel Ganme garante que alguns cuidados são necessários. “Não adianta o indivíduo começar a correr, se está com a musculatura da perna fraca ou cardiorrespiratório despreparado”. E comenta ser necessário fazer um exame prévio para saber qual o melhor exercício para sua condição física.  Esclarece ainda que médicos da área de medicina esportiva não são somente para atletas. São, principalmente, para o indivíduo comum que quer se exercitar, voltar a praticar esportes ou ainda para o atleta amador (aquele que mais se machuca, por exigir mais do que o corpo está preparado para dar), além de pessoas com condições específicas como diabetes (e pré-diabetes) ou asma.

Aqui, o Dr. Ganme comenta os 5 principais erros do “wanna be” esportista. Não do sedentário total (apesar de também se encaixar por aqui), mas daquele indivíduo que já malhou, passou um tempo parado e resolve voltar com tudo. Você se encaixa no perfil? Então preste atenção:

- Não fazer um check up médico e obter autorização para fazer exercício. Hoje a lei permite que as academias recebam os alunos apenas com um termo de responsabilidade, mas existem pessoas com risco cardiovascular.

- Querer fazer tudo de uma vez sem orientação. O indivíduo que começa a fazer mais do que deve ou mau orientado, não vai render e pode se machucar. O “wanna be” atleta acaba, inclusive, abandonando, pois começa a ter dores (um pouquinho é normal) e pode até se lesionar. Se existir um machucado anterior (em joelhos ou tornozelos), pode piorar a lesão e ainda torná-la crônica. O treinamento precisa de orientação e ser periodizado; começar com 2 vezes por semana e crescer gradativamente, de acordo com a capacidade muscular e cardiovascular. 

- Tomar suplementos sem acompanhamento médico. De acordo com o dicionário, suplemento é o que se dá a mais,  aquilo que serve para suprir a falta. Dr. Gabriel atesta que o mau uso de suplementos alimentares, como a ingestão excessiva de proteína, pode sobrecarregar a função renal, por exemplo. “Eventualmente o suplemento pode ser necessário se o exercício é adicional ao que o indivíduo come ou se exaure demais com os exercícios, prejudicando outras atividades. Na grande maioria dos casos, se consegue o equilíbrio através da dieta alimentar”, afirma Dr. Ganme.

- Não usar um frequencímetro para medir a frequência cardíaca. Muitas pessoas pagam a academia mais cara, mas não investem no frequencímetro.  Se você não souber usar a frequência cardíaca em favor do seu treino, pode fazer tudo ir por água abaixo, tornando seu esforço inútil. Dr. Gabriel Ganme confessa que existem fórmulas de predição de frequência cardíaca máxima e mínima por sexo e idade, mas estas nunca levam em conta o condicionamento físico do indivíduo. “Seria um “chute” seguir seu treino apenas por ali”, afirma. 

- Um erro comum que se aplica às pessoas da terceira idade é recomendar apenas a caminhada. Obviamente que caminhar faz bem, mas existe perda de massa muscular com a idade e é necessário trabalhar a musculação em conjunto com uma orientação nutricional.

Fazer um teste cardiorrespiratório é essencial para um início adequado. Um exame ergoespirométrico oferece diretrizes para que o médico da área esportiva e o profissional de educação física trabalhem em conjunto para descobrir a sua (pessoal e instransferível) frequência cardíaca ideal para atingir a meta com os exercícios.  A falta de orientação pode custar caro e te deixar ainda mais longe do objetivo, seja ele ter um corpo sarado ou simplesmente acrescentar vigor e saúde em sua vida.

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